quinta-feira, 31 de janeiro de 2013
A Missão de cada um
Você não conseguirá se realizar se viver a maior parte do seu tempo fazendo o que não gosta. Você não será feliz se fizer unicamente o que é obrigado a fazer. Você jamais estará em paz consigo mesmo se viver apenas para agradar os outros.
Alegria e amor só brotarão no seu coração se você passar a maior parte do seu tempo animado pelo efeito do sentimento que tem em fazer o que gosta e viver de maneira agradável.
Todos sabemos que durante a nossa vida, e na rotina do dia a dia, não temos como fazer apenas o que nos agrada. Quase sempre é necessário fazermos diversas tarefas por obrigação, necessidade e até contrariados. Todavia, a maior parte do seu tempo, deve ser usada para se viver em comunhão com o que lhe anima e lhe motiva para a vida.
Tome uma criança como exemplo. Quando ela está se divertindo em meio às suas fantasias, às suas brincadeiras e seu brinquedos, o sentimento que ela nutre é de pura plenitude, de conexão com a Fonte Maior e de alegria. Para ela, no momento de sua brincadeira, tudo está fluindo perfeitamente.
Você pode estar dizendo que não tem mais como viver uma vida de criança. Obviamente que sabemos disso, entretanto, alguns aspectos podem ser observados e utilizados para melhor entendimento do assunto, porque quando a criança está em sintonia plena com a alegria da sua brincadeira, ela está sorridente e abastecida com uma grande quantidade de energia vital e entusiasmo.
Não temos como ser felizes, realizarmos grandes feitos ou termos criatividade, se não estivemos sintonizados com a alegria de fazer as tarefas diárias. É por isso que o ser humano precisa dar toda atenção e foco quando for escolher sua atividade profissional ou o conjunto de tarefas que tomem a maior parte do tempo de sua vida. É por isso também que se faz necessário saber construir relacionamentos que não a impeçam de ser a pessoa que você é com as características únicas que você tem. Infelizmente, a maioria das pessoas na tentativa de se encaixar no estilo louco de vida atual, acaba que desenvolvendo atitudes que não representem exatamente a essência do que são, na tentativa de serem melhor aceitas ou de agradar a sociedade em que vive. Quando isso acontece, a pessoa se desconstrói, desconecta-se dela mesma e perde a força de entusiasmo tão necessária para viver bem a sua vida.
Você precisa ser o que nasceu para ser. Precisa encontrar o seu lugar no mundo e realizar a missão da sua alma, pois só assim você estará integrado com a sua própria essência que, por consequência, é a via de acesso da plenitude em sua vida.
Infelizmente, nesta condição atual da vida no planeta, o que mais encontramos são pessoas vivendo no "piloto-automático", movidas unicamente por questões materiais e pela necessidade de manter seus estilos de vida, os quais nem sempre são estilos em sintonia como o que realmente desejariam que fosse.
O que essas pessoas não percebem é que ao agirem assim, estão fundando as bases de sua existência no medo e na incoerência, as quais cobram o seu preço.
A maioria das pessoas não trabalha no que gosta e suas tarefas diárias não alimentam a sua alma. Uma pequena parcela apenas trabalha ou vive motivada pelo sentimento de estar plenamente em "seus lugares". Sentir-se em "seu lugar" quer dizer que você se conhece e conhece os seus potenciais. Você gosta da pessoa que é, gosta de fazer o que faz e gosta de ficar em sua própria companhia. Sentir-se em seu lugar é amar o ser que você se tornou, pois aprendeu que as suas potencialidades surgem quando você é fiel com o seu conjunto de valores. Sentir-se em "seu lugar" é viver a verdade da sua alma, agindo, vivendo e se movimentando com base no sentido que vem de dentro de você.
Não se pode viver a plenitude sem estar no "devido lugar". Não dá para ser plenamente feliz sem estar desempenhando o seu papel.
Para se realizar, você precisará focar obstinadamente em ser fiel ao que você nasceu para ser. "Conhecereis a verdade e ela vos libertará".
As pedras grandes
Numa aula de Filosofia, o Professor queria demonstrar um conceito aos seus alunos. Para tanto, ele pegou um vaso de boca larga e dentro colocou, primeiramente, algumas pedras grandes. Então perguntou a classe: - Está cheio? Pelo que viam, o vaso estava repleto, por isso, os alunos, unanimemente responderam: - Sim!
O professor
então pegou um balde de pedregulhos e virou dentro do vaso. Os pequenos
pedregulhos se alojaram nos espaços entre as pedras grandes. Então ele
perguntou aos alunos: - E agora, esta cheio? Desta vez, alguns estavam
hesitantes, mas a maioria respondeu: - Sim!
Continuando, o
professor levantou uma lata de areia e começou a derramar a areia dentro do
vaso. A areia preencheu os espaços entre as pedras e os pedregulhos. E, pela
terceira vez, o professor perguntou: - Então, esta cheio? Agora, a maioria dos
alunos estava receosa, mas, novamente muitos responderam: - Sim!
Finalmente, o
professor pegou um jarro com água e despejou o líquido dentro do vaso. A água
encharcou e saturou a areia. Neste ponto, o professor perguntou para a classe:
- Qual o objetivo desta demonstração? Um jovem e "brilhante" aluno
levantou a mão e respondeu: - Não importa quanto a "agenda" da vida
de alguém esteja cheia, ele sempre conseguira "espremer" dentro, mais
coisas!
- Não
exatamente! Respondeu o professor.
- O ponto é o seguinte: A menos que você, em primeiro lugar, coloque as pedras grandes dentro do vaso, nunca mais conseguirá colocá-las lá dentro. Vamos! Experimente, disse o professor ao aluno, entregando-lhe outro vaso igual ao primeiro, com a mesma quantidade de pedras grandes, de pedregulhos, de areia e de água.
- O ponto é o seguinte: A menos que você, em primeiro lugar, coloque as pedras grandes dentro do vaso, nunca mais conseguirá colocá-las lá dentro. Vamos! Experimente, disse o professor ao aluno, entregando-lhe outro vaso igual ao primeiro, com a mesma quantidade de pedras grandes, de pedregulhos, de areia e de água.
O aluno, começou
a experiência, colocando a água, depois a areia, depois os pedregulhos e por
último, tentou colocar as pedras grandes. Verificou, surpreso, que elas não
couberam no vaso. Ele já estava repleto com as coisas menores. Então, o
professor explicou para o rapaz:
- As pedras grandes são as coisas realmente importantes de sua vida: seu crescimento pessoal e espiritual. Quando você dá prioridade a isso e mantém-se "aberto" para o novo, as demais coisas se ajustarão por si só: seus relacionamentos (família, amigos), suas obrigações (profissão, afazeres), seus bens e direitos materiais e todas as demais coisas menores que completam a vida. Mas, se você preencher sua vida somente com as coisas pequenas, então aquelas que são realmente importantes, nunca terão espaço em sua vida.
- As pedras grandes são as coisas realmente importantes de sua vida: seu crescimento pessoal e espiritual. Quando você dá prioridade a isso e mantém-se "aberto" para o novo, as demais coisas se ajustarão por si só: seus relacionamentos (família, amigos), suas obrigações (profissão, afazeres), seus bens e direitos materiais e todas as demais coisas menores que completam a vida. Mas, se você preencher sua vida somente com as coisas pequenas, então aquelas que são realmente importantes, nunca terão espaço em sua vida.
Recomece. é uma
boa sugestão. Esvazie seus vasos (mental, emocional) e comece a preenchê-los
com as pedras grandes. "Ainda há tempo e ainda é tempo. Sempre é tempo de
mudar as coisas.
O que é, afinal, a vida?
Num lindo dia de sol, por volta do meio dia, fez-se grande silêncio na orla da mata. Os passarinhos haviam escondido suas cabecinhas sob as asas, e tudo descansava.
Foi quando o Bem-te-vi espiou
por entre as folhagens da árvore e perguntou: "O que é, afinal, a
vida?"
Todos se surpreenderam com
esta pergunta difícil. O Bem-te-vi deixou o seu galho, deu uma grande volta
pelo campo e voltou, em seguida, ao seu lugar, à sombra da árvore.
Uma Roseira, à beira do
caminho, estava, nesse momento, abrindo um botão. Desenrolando uma pétala após
outra, dizia: "A vida é só alegria e brilho".
Por entre o gramado denso, uma
Formiga carregava uma haste dez vezes mais longa do que ela própria. Numa
parada para descanso, disse: "A vida não é mais do que trabalho e
cansaço".
Uma Abelha, voltando de sua
excursão pelo campo, carregadinha de néctar, observou: "A vida é um misto
de trabalho e prazer".
Ouvindo estas reflexões sábias, o Botão não pôde deixar de dar seu palpite: "A vida? A vida é uma luta no escuro".
Ouvindo estas reflexões sábias, o Botão não pôde deixar de dar seu palpite: "A vida? A vida é uma luta no escuro".
Quase teria dado briga entre
os animais, se não tivesse começado a chover. E a Chuva dizia: "A vida
consiste de lágrimas, só lágrimas".
E a Chuva seguia adiante, para
o mar; aí as Ondas se jogavam com toda a força contra a rocha e gemiam. "A
vida é uma luta constante e sem êxito por liberdade".
Muito alto, no céu, uma Águia
perfazia círculos majestosos, ela exultava: "A vida é um esforço para
subir".
Não muito longe da margem,
estava uma Árvore; já curvada pela tempestade, disse: "A vida é
inclinar-se sob uma força maior".
Então veio a noite, silenciosamente. Uma Coruja deslizava pelo campo, em direção à mata, e disse: "A vida é aproveitar as oportunidades, enquanto outros dormem."
Então veio a noite, silenciosamente. Uma Coruja deslizava pelo campo, em direção à mata, e disse: "A vida é aproveitar as oportunidades, enquanto outros dormem."
Finalmente, o silêncio cobriu
o campo e a mata, após algum tempo. Chegou um jovem e caiu na relva, cansado de
dançar e beber: "A vida é uma busca constante de felicidade e uma longa
corrente de decepções".
De repente, a Aurora se
levantou, em todo o seu esplendor, e disse: "Assim como o dia é um
instante na vida, assim a vida é um instante da Eternidade".
terça-feira, 29 de janeiro de 2013
Presente para você
Se um dia ao acordar, você encontrasse ao lado de sua cama, um lindo pacote embrulhado com fitas coloridas, com certeza o abriria para ver o que haveria dentro.
Talvez houvesse ali algo de que você nem gostasse muito. Então guardaria a caixa, pensando no que fazer com aquele presente.
Mas, no dia seguinte, lá está outra caixa. Mais uma vez você abre correndo e, dessa vez, há alguma coisa da qual goste muito.
Uma
lembrança de alguém distante, uma roupa que viu na vitrine, um casaco
para os dias de frio ou simplesmente um ramo de flores de alguém que se
lembrou de você.
Isso acontece todos os dias, mas nós nem percebemos.
Todos
os dias quando acordamos, lá está, à nossa frente, uma caixa de
presentes enviada por Deus especialmente para nós: um dia inteirinho
para usarmos da melhor forma possível.
Às vezes, ele vem cheio de problemas, coisas que não conseguimos resolver, tristezas, decepções, lágrimas.
Mas outras vezes, ele vem cheio de surpresas boas, alegrias, vitórias e conquistas.
O
mais importante é que todos os dias, enquanto dormimos, Deus embrulha
para nós com todo o carinho, nosso presente: o dia seguinte.
Ele cerca nosso dia com fitas coloridas, não importa o que esteja por vir.
A esse dia quando acordamos, chamamos presente, o presente de Deus para nós.
Nem sempre Ele nos manda o que esperamos ou o que queremos.
Mas Ele sempre nos manda o melhor, o de que precisamos e que, muitas vezes, pode ser mais do que merecemos.
Abra
seu presente todos os dias, primeiro, agradecendo a quem o mandou, sem
se importar com o que vem dentro da embalagem. Sem dúvida, Deus não se
engana na remessa dos pacotes.
Se hoje não veio o presente que você aguardava, espere.
Abra
o de amanhã com mais carinho, pois pode ser que, a qualquer momento, os
seus sonhos cheguem embrulhados em um presente, de acordo com os planos
de Deus para você.
Deus não atende as nossas vontades e sim nossas necessidades.
* * *
Agradeçamos a Deus por cada dia a mais que temos a oportunidade de viver.
Cada dia é realmente um presente de Deus.
Em
um dia apenas podemos ter mais uma chance de aprender algo novo sobre a
vida ou sobre nós mesmos, de corrigir um erro, de tropeçar, levantar e
nos sentirmos mais fortalecidos, de perdoar ou sermos perdoados.
É outra chance que temos de crescer como Espíritos e dar mais um passo em direção à felicidade.
Agradeçamos por mais um ano que se finda no calendário da nossa vida.
Agradeçamos infinitamente, por mais um ano que se inicia em nosso calendário.
Ter um ano inteiro pela frente é como ter um caderno em branco aonde se vai caligrafar.
Nesse caderno podemos deixar registradas histórias coloridas ou em preto e branco, de amores ou dores, de luzes ou de sombras.
Tudo dependerá do que carregarmos em nosso íntimo. A escolha pelo caminho do bem, da resignação, da fé e do amor é de cada um.
Que nossas escolhas agradem a Deus, para que um dia a realização dos nossos sonhos faça parte do plano Divino.
Jesus e os dias de hoje
Aqueles
dias, nos quais esteve Jesus cantando as glórias de Deus, pelas terras
da Palestina, eram dias de grandes dificuldades morais.
As aflições, dramas pessoais, dificuldades de relacionamento, de entendimento entre povos e culturas faziam-se constantes.
A
incompreensão, o preconceito, a preocupação com a aparência externa e
com o aspecto social era a tônica, nos relacionamentos, principalmente
nas classes mais abastadas.
Não
muito diferente dos dias de hoje. Em termos morais e valores íntimos,
ainda somos muito parecidos com aqueles que encontraram Jesus, durante
Seu périplo de amor.
Os
dramas vivenciados há mais de dois mil anos, na intimidade daquele
povo, se assemelham muito aos desafios emocionais que hoje enfrentamos.
Por isso, os conselhos de Jesus são ainda tão atuais.
Ele
falava para um povo que vivia em um mundo sem recursos tecnológicos,
utilizava de analogias e comparações que pudessem ser compreendidas,
pelas gentes simples.
Não obstante, Seus conceitos e orientações são ainda atuais.
Jesus não Se preocupava com as coisas do mundo. Ensinava as coisas da alma.
Sem preocupar-Se com os valores temporais, era, por excelência, o Sábio dos valores da alma, que os conhecia em profundidade.
Assim, Seus conceitos atravessaram os séculos chegando até nós com atualidade arrebatadora.
Nestes
dias onde o estresse emocional e a ansiedade são doenças crônicas,
Jesus nos aconselha a deixar a cada dia suas próprias preocupações e
necessidades, sem nos afligirmos com o futuro desconhecido.
Ensina-nos
a ter confiança e fé em Deus. Serve-Se do exemplo das aves dos céus,
que não semeiam, nem ceifam e dos lírios do campo, que não tecem, nem
fiam, mas têm uma beleza incomparável, para falar da Providência Divina.
Alerta-nos
a não termos atitude inercial, esperando um salvacionismo ilusório,
dizendo-nos que é necessário buscar para achar e bater para que as
portas se abram.
Nestes
dias em que, muitas vezes, nos colocamos como omissos e
descomprometidos com nossa vida em sociedade, Jesus nos fala que somos o
sal da Terra. E o sal deve atender à sua finalidade de preservação e de
sabor.
Quando
se mostra tão frequente o descrédito com o ser humano, Jesus nos alerta
que somos a luz do mundo e que devemos fazê-la brilhar em nós, através
das boas obras que somos capazes de executar.
Nestes dias onde o ter costuma sobrepujar o ser,
onde a cobiça e o comprar são as grandes sensações, é Jesus que nos
alerta para não nos preocuparmos com tesouros que a traça e a corrosão
consomem.
E mais: que onde estiver nosso tesouro, aí estará nosso coração.
Os conceitos de Jesus talvez jamais tenham sido tão importantes como nos dias desafiadores que registra a Humanidade.
Nestes
dias, em que os valores e as instituições são questionadas e abalam-se,
perante a sociedade e os homens, Jesus prossegue como Modelo e Guia.
É
Ele a referência indispensável para bem atravessarmos os mares
encapelados da atualidade, para que Sua luz seja o farol que nos haverá
de conduzir ao porto seguro que nos aguarda, após a tempestade.
segunda-feira, 28 de janeiro de 2013
Suave convite
Nos tempos modernos, torna-se cada vez
mais frequente o surgimento de transtornos emocionais e diversos tipos de
fobias e angústias sociais.
Isso demonstra o grau de infelicidade de muitas
criaturas.
Tem sido comum a alma humana buscar o alento e apoio nas
coisas materiais ou nas pessoas.
Viagens, compras, jogos de azar, entrega às fartas mesas
e à embriaguez, férias prolongadas – tudo constitui um caminho comum na busca
incessante de se equilibrar emocionalmente.
A desilusão é certa quando se busca o alívio em algo
material.
Com o tempo, tudo isso leva ao enfado e ao
descontentamento.
As amizades, quando não são sinceras, se esvaem com o
tempo.
As variadas terapias que temos à disposição, muitas vezes
não trazem o resultado que o indivíduo busca.
* * *
Jesus, nosso celeste Amigo, nos convida à Sua companhia
para que tenhamos o amenizar das dores. A proposta do Mestre é a do auxílio
incessante. Vinde a mim... que eu vos
aliviarei.
Não existe a promessa de que o problema será retirado da
vida de cada pessoa, pois todos têm que resgatar o que devem perante a lei de
Deus.
Mas Ele nos oferece a certeza de que está sempre conosco,
iluminando nossos caminhos, para que nos sintamos fortalecidos ao enfrentar as
dificuldades.
Com Jesus Cristo temos o discernimento para entender que
ninguém se acha no mundo sem nobres objetivos.
No quadro de todas as lutas humanas, a ajuda de Jesus é
essencial para a conquista da harmonia física, mental e espiritual.
Poucos de nós paramos para meditar no verdadeiro papel do
Cristo na vida de cada um.
Se permitirmos que Ele se mantenha vivo em nossos
corações, alcançaremos com mais facilidade a coerência e a lucidez nas atitudes
e nos sentimentos.
Jesus prossegue socorrendo a pequenez humana e, nos dias
de insegurança, Ele representa para nós um foco de luz.
Faz o convite diário a todas as criaturas, sem distinção
e, com certeza, nos aguarda de braços abertos, cheio de esperança de que
busquemos conhecê-lO e aprendamos a amá-lO com os nossos mais sinceros
sentimentos.
* * *
O apoio do Cristo é
de importância capital para cada um e para todos nós.
Se, por um lado,
Ele não retira o fardo da quota das nossas responsabilidades, por outro, jamais
nos deixa à míngua da Sua luminosa presença, o que será sempre garantia de
fortalecimento para o enfrentamento da asperidade.
O Cristo é, assim,
para nós, a fonte do ansiado alívio para todos os tormentos, para todas as
lutas e dores, impulsionando-nos para que aprendamos a solucionar intrincados
enigmas por meio da nossa comunhão com os Seus ensinos.
Não apenas nas
quadras de aperto e infelicidade, mas, também, quando tudo nos sorri, quando o
sol brilha sobre as nossas estradas, pois esse é o melhor tempo de fixarmos o
aprendizado para os tempos de invernia.
Busque-O, você
também, em cada dia da sua vida, com alegria interior, instalando em si mesmo
os prenúncios da paz que o vacinará contra os maus tempos da alma, dando-lhe
resistência para facear, com bom ânimo, todo e qualquer testemunho pelo qual
tenha que passar.
Preconceito
Aconteceu num voo da
British Airways entre Johanesburgo, na África, e Londres, na Inglaterra.
Uma senhora branca, de
uns cinquenta anos, senta-se ao lado de um negro.
Visivelmente
perturbada, ela chama a comissária de bordo.
Qual é o problema? - Pergunta a moça.
Mas, você não está
vendo? - Responde a senhora. Você
me colocou ao lado de um negro. Eu não consigo ficar ao lado de gente desta
classe. Quero que você me dê outro assento.
Por favor,
acalme-se. Quase todos os lugares deste voo estão tomados. Vou ver se há algum
lugar disponível.
A comissária se afasta
e volta alguns minutos depois.
Minha senhora, como
eu suspeitava, não há nenhum lugar vago na classe econômica. Conversei com o
comandante e ele me confirmou que não há mais lugar na classe executiva.
Entretanto, ainda temos um assento na primeira classe.
Antes que a senhora
pudesse fazer qualquer comentário ou esboçar um gesto, a comissária continuou:
É totalmente inédito
o fato de a companhia conceder um assento de primeira classe a alguém da classe
econômica. Contudo, dadas as circunstâncias, o comandante considerou que seria
verdadeiramente vergonhoso alguém ser obrigado a se sentar ao lado de uma
pessoa intratável.
E, dirigindo-se ao
senhor negro que, até aquele momento ficara sempre calado, ouvindo as agressões
da senhora, que parecia tão distinta, a comissária complementou:
Senhor, se for de
sua vontade, faça o favor de apanhar os seus pertences e me acompanhar. Eu o
encaminharei para um assento na primeira classe, que está à sua espera.
E todos os passageiros
ao redor, que acompanhavam a cena, muito chocados, levantaram-se e bateram
palmas.
*
* *
O preconceito é próprio
dos orgulhosos. Expressa, em verdade, a estreiteza de visão da criatura.
Todos os seres humanos
são formados dos mesmos elementos. Têm as mesmas necessidades, como seja de
comer, beber, dormir, amar e sonhar.
Não há, pois, motivo
algum para que alguém se julgue mais importante ou superior a quem quer que
seja.
Qual a importância da
cor da pele? Se apagarmos as luzes de uma sala cheia de pessoas e nos tocarmos
no escuro, saberemos distinguir os brancos dos negros e esses dos amarelos?
Se chegássemos em uma
aldeia indígena, onde os seus componentes jamais tivessem visto um homem
branco, eles nos estranhariam. Reclamariam da palidez da nossa pele e seríamos
ali um elemento muito diferente.
Que se diria se, em um
canteiro de rosas viçosas, abertas, perfumadas, as de cor vermelha, aveludadas,
desprezassem as amarelas? Não acharíamos grande tolice?
Pois o mesmo se aplica
aos seres humanos.
*
* *
A única superioridade
que devemos perseguir, com ardor, é a superioridade moral.
Ela nos conferirá
fraternidade, amor e justiça, afastando de nós todo preconceito, egoísmo e
orgulho, porque nos elevará à condição de verdadeiros filhos de Deus.
domingo, 27 de janeiro de 2013
Amor e renúncia
A conversa informal, durante o café da manhã, foi mais uma oportunidade de aprendizado para os que ouviam aquela senhora de semblante calmo e cabelos embranquecidos pelas muitas primaveras já vividas.
Ela pôs o café e o leite na xícara e alguém lhe ofereceu açúcar. Mas a senhora agradeceu dizendo que não fazia uso de açúcar. Alguém alcançou rapidamente o adoçante, por pensar que deveria estar cumprindo alguma dieta.
Ela agradeceu novamente, dizendo que tomava apenas café com leite, sem açúcar, nem adoçante dietético.
Sua atitude causou admiração, pois raras pessoas dispensam o açúcar. Então ela contou a sua história.
Disse que, logo depois que se casara, havia deixado de usar açúcar. Imediatamente imaginamos que deveria ser para acompanhar o marido que, por certo, não gostava de doce.
Contudo, aquela senhora, que agora lembrava com carinho do marido já falecido há alguns anos, esclareceu que o motivo era outro.
Falou de como o seu jovem esposo gostava de açúcar, e falou também da escassez do produto, durante a Segunda Guerra Mundial.
Disse que, por causa do racionamento, conseguiam apenas alguns quilos por mês e que mal davam para seu companheiro.
Ela, que o amava muito, renunciou ao açúcar para que seu bem amado não ficasse sem.
Declarou que depois que a guerra acabou e a situação se normalizou, já não fazia mais questão de adoçar seu café e que havia perdido completamente o hábito do doce.
Hoje em dia, talvez uma atitude dessas cause espanto naqueles que não conseguem analisar o valor e a grandeza de uma renúncia desse porte.
Somente quem ama, verdadeiramente, é capaz de um gesto nobre em favor da pessoa amada.
Nos dias atuais, em que os casais se separam por questões tão insignificantes, vale a pena lembrar as heroínas e os heróis anônimos que renunciaram ou renunciam a tantas coisas para fazer a felicidade do companheiro ou da companheira.
Nesses dias em que raros cônjuges abrem mão de uma simples opinião em prol da harmonia do lar, vale lembrar que a vida a dois deve ser um exercício constante de renúncia e abnegação.
Não estamos falando de anulação nem de subserviência, de um ou de outro, mas, simplesmente, da necessidade de relevar ou tolerar os defeitos um do outro.
Não é preciso chegar ao ponto de abrir mão de algo que se goste, por mero capricho ou exigência do cônjuge, mas se pudermos renunciar a algo para que nosso amor seja feliz, essa será uma atitude de grande nobreza de nossa parte.
Afinal de contas, o verdadeiro amor é feito de renúncia e abnegação, senão não é amor, é egoísmo.
Se entre aqueles que optaram por dividir o lar, o leito e o carinho a dois, não existir tolerância, de quem podemos esperar tal virtude?
Se você ainda não havia pensado nisso, pense agora.
Pense que, quando se opta por viver as experiências do casamento, decide-se por compartilhar uma vida a dois e isso quer dizer, muitas vezes, abrir mão de alguns caprichos em prol da harmonia do lar.
Se você só se deu conta disso depois que já havia se casado, lembre-se de que a convivência é uma arte e um desafio que merece ser vivido com toda dedicação e carinho. Quando aprendermos a viver em harmonia dentro do lar, estaremos preparados para viver bem em qualquer sociedade.
* * *
O
matrimônio é uma sociedade de ajuda mútua, cujos bens são os filhos –
Espíritos com os quais nos encontramos vinculados pelos processos e
necessidades da evolução.
sábado, 26 de janeiro de 2013
Cuidar de si mesmo
Como é que você vê o mundo ao seu redor?
Se, de vez em quando, o mundo lhe parecer um tanto escuro, preste muita atenção, pois pode não ser bem assim.
E para que você perceba que tudo depende do jeito que a gente vê, vamos contar uma pequena história.
O jovem casal mudou-se para um bairro muito tranquilo. Na primeira
manhã que passavam em sua nova casa, enquanto tomavam café, a mulher reparou no varal no qual a vizinha pendurava os lençóis lavados e comentou com o marido:
manhã que passavam em sua nova casa, enquanto tomavam café, a mulher reparou no varal no qual a vizinha pendurava os lençóis lavados e comentou com o marido:
Que
lençóis sujos ela está pendurando no varal! Está precisando de um sabão
novo. Se eu tivesse intimidade perguntaria se ela quer que eu a ensine a
lavar as roupas!
O
marido observou calado. Três dias depois, também durante o café da
manhã, a vizinha pendurava seus lençóis e novamente a mulher comentou
com o esposo:
Nossa
vizinha continua pendurando os lençóis sujos! Se eu tivesse intimidade
perguntaria se ela quer que eu a ensine a lavar as roupas!
E assim, a cada três dias, a mulher repetia seu discurso, enquanto a vizinha pendurava suas roupas no varal.
Passado
um mês, a jovem esposa se surpreendeu ao ver os lençóis muito brancos
sendo estendidos e, empolgada, foi dizer ao marido:
Veja! Ela aprendeu a lavar as roupas! Será que a outra vizinha lhe deu sabão? Por que você não fez nada, não é mesmo?
O marido lhe respondeu calmamente:
Não,
eu não lhe dei sabão nem fui ensiná-la a lavar roupas, meu bem.
Acontece que hoje eu levantei mais cedo e lavei a vidraça da nossa
janela! Creio que era a sujeira que impedia você de ver a brancura dos
lençóis da nossa vizinha.
* * *
Pois
bem, se você estiver vendo apenas coisas negativas nas pessoas ao seu
redor, talvez seja interessante dar uma olhada na sua vidraça.
Tantas
vezes o que pensamos ser uma mancha escura no vizinho, não passa de um
ponto de vista equivocado ou de uma visão distorcida.
A
nossa visão de mundo, portanto, depende da janela através da qual
observamos os fatos. Ela pode estar manchada pelo lodo da inveja, pela
poeira da incompreensão, pelos respingos do orgulho, ou algumas nódoas
de mágoa.
Seria
interessante que, antes de criticar, olhássemos primeiro a nossa
situação: se estamos fazendo alguma coisa para contribuir ou se apenas
nos limitamos a falar mal de coisas e pessoas.
E
podemos começar olhando para os nossos próprios defeitos e limitações
para poder entender e compreender as deficiências do semelhante.
Jesus chamou-nos a atenção dizendo que enxergamos facilmente o cisco no olho do próximo, mas não vemos a trave que tem no nosso.
Por
essa razão é importante que, antes de lançar qualquer comentário
infeliz sobre os outros, olhemos primeiro se a nossa janela está bem
limpa e transparente.
* * *
Todas as criaturas, sem exceção, estão mergulhadas nas Leis Divinas.
Por isso, não devemos nos preocupar com as questões que não nos dizem respeito.
Deus, que é a Inteligência Suprema do Universo, tudo vê e a tudo provê.
Assim, se cuidarmos bem das nossas obras, da nossa semeadura, estaremos garantindo para nós mesmos um amanhã feliz.
sexta-feira, 25 de janeiro de 2013
Começando o dia
O homem acordou pela manhã e recordou-se de algo que lera em um livreto: Comece o dia na luz da oração. O amor de Deus nunca falha.
E então decidiu orar: Senhor, hoje, até o momento, me comportei bem.
Não fofoquei. Não me zanguei. Não fui ganancioso, mal-humorado, precipitado ou egoísta.
Estou realmente satisfeito com isso.
Mas, em poucos minutos, senhor, vou me levantar, e daí em diante, provavelmente vou precisar de muito mais ajuda. Obrigado.
* * *
Assim mesmo é a prece. Um diálogo franco com a Divindade, onde o ser expõe a própria alma.Não há necessidade de longas frases, nem de palavras ensaiadas. É o que a alma sente e deixa transbordar.
Um pedido simples, mas profundo. Um pedido de quem reconhece que a necessidade maior reside em si mesmo, nas suas deficiências morais.
Um exame de consciência e um pedido de socorro.
A resposta é exatamente a fortaleza para vencer, a pouco e pouco, as dificuldades íntimas e ir vivendo melhor a cada dia, conquistando a paz.
Devotando-se ao trabalho, sem se deter a observar defeitos alheios e muito menos a comentá-los, semeia-se tranquilidade no ambiente profissional.
Não se permitindo envolver pelas teias do nervosismo, da inquietação, os problemas vão sendo solucionados um a um, na medida em que surjam.
Sem desejar possuir em demasia, usufruir de todos os prazeres que os bens terrenos oferecem, o homem se entrega às lutas do cotidiano, sereno e confiante.
Não se permitindo o mau humor por coisa nenhuma, por um contratempo no trânsito, um defeito mecânico no carro, um funcionário que não atende aos deveres, a criatura distribui serenidade onde se encontre.
Sem precipitação, ouve o seu semelhante até o fim, antes de dar respostas que nem sempre atendem ao que o outro deseja.
Deixando de lado o egoísmo, o homem se sente feliz em compartilhar o de que disponha e se torna uma pessoa amiga, prestativa.
Compartilhar coisas pequenas, simples, como oferecer uma carona a um vizinho, emprestar um livro, indicar uma boa leitura.
Compartilhar o que detenhamos inclui os valores intrínsecos do ser, que tem a ver com a vida e os seus objetivos.
Portanto, compartilhemos a nossa certeza da existência de Deus, da imortalidade da alma com aqueles que se debatem no mundo, sem fé, sem rumo, sem objetivos.
E guardemos a certeza de que ,se assim rogarmos a Deus que nos ajude, Ele estará conosco, auxiliando-nos nessas pequenas grandes autoconquistas diárias, que somente redundarão em felicidade para nós mesmos.
* * *
Cada dia é um presente especial que Deus concede aos homens.Cada dia é de tal forma único, que nunca se repete. Observemos como o sol rompe a treva da noite, trazendo a manhã radiante, sempre com um novo colorido.
As flores de ontem não estão exatamente iguais hoje. As gotas da chuva que caem em abundância não são aquelas que rolaram em dias anteriores.
Tudo é novo a cada dia. Essa é a grande mensagem de Deus para os homens: a renovação da oportunidade de crescer, melhorar-se e ser feliz.
quinta-feira, 24 de janeiro de 2013
A razão e o dever
As reclamações a respeito de dificuldades são comuns entre os homens.
De forma aberta ou velada, incontáveis pessoas dão a entender que se consideram injustiçadas pela vida.
Reputam merecer mais do que têm.
Desejariam ter esposas ou esposos mais compreensivos.
Gostariam que seus filhos fossem mais estudiosos e comportados.
Apreciariam dispor de mais salário e menos trabalho.
Reclamam das agruras da profissão.
Consideram qualquer dificuldade, física ou moral, sumamente injusta.
Doenças são uma catástrofe imerecida, problemas financeiros representam um desastre iníquo.
É comum ouvir-se alguém falar do desejo de jogar tudo para o ar e sumir.
Como bem poucos o fazem, tem-se aí um certo sinal de maturidade.
Entretanto, a real maturidade se revelaria ao assumirmos a própria realidade, tal qual se apresenta, sem reclamações.
A Lei Divina é perfeita e cuida de todos.
No mundo há homens injustos, mas não injustiçados.
Sempre se tem, em qualquer drama, um processo de retificação e aperfeiçoamento.
O dever mais elementar entre os homens reside na fraternidade.
Eles se devem amparar mutuamente.
Contudo, vítimas injustiçadas a rigor não existem no mundo.
Nas situações mais dolorosas, há uma matriz no passado, a clamar por correção.
A vida é inesgotável, ninguém jamais dela escapa ou consegue burlar suas regras de equilíbrio.
Assim, importa prestar muita atenção nos próprios deveres.
A razão se ilumina pela reflexão a respeito da Justiça e da Bondade Divinas.
Sendo Deus sumamente justo e bom dá a Seus filhos o que merecem e precisam.
E também manifesta por eles grande desvelo, na figura de moratórias e oportunidades de utilização do bem para retificar o mal.
* * *
Com sua razão esclarecida por essas reflexões, procure encarar seus deveres de modo positivo.
O trabalho não é um castigo, mas uma forma de ser útil ao progresso coletivo.
Não busque folgas demais, para não gastar mal o precioso tempo que a Misericórdia Divina lhe facultou.
Veja nos irmãos de trato difícil seus credores de erros do pretérito.
Agora, mais digno e maduro, você tem condições de amparar, compreender e perdoar.
Seu exemplo de conduta digna pode ser um farol nas existências dos que o rodeiam.
Identifique em cada crise uma chance de se superar.
Se a vida lhe exige certos tributos, você pode e deve dá-los.
Submeta-se aos Desígnios Superiores e faça o seu melhor.
O dever bem cumprido é o seu passaporte para a felicidade.
Pense nisso.
As duas faces
Afirma-se que um famoso pintor do Renascimento, quando pintava um quadro sobre o Menino Jesus, após conceber e fazer os primeiros estudos, procurou uma criança que lhe servisse de modelo para a face do Mestre, na infância.
Procurou
em muitos lugares até encontrar um pequenino sujo, que brincava nas
ruas. O menino retratava no olhar e na face toda a pureza, bondade,
beleza e ternura que se podia conceber.
Explicou-lhe
o que desejava e, ante a autorização da família, levou-o para posar no
seu atelier, retribuindo-lhe o trabalho com expressiva soma em moedas de
ouro.
Anos
depois, o artista desejou pintar outro quadro. Dessa vez iria retratar
Judas. E saiu em busca de alguém que pudesse lhe oferecer o rosto do
traidor.
Em
mercados e praças públicas, tavernas e antros de costumes perniciosos
por onde esteve à procura, não encontrou ninguém que se assemelhasse, em
aparência, ao discípulo equivocado.
Já
havia desanimado de procurar e pensava em desistir, quando, visitando
uma taberna de má qualidade, se deparou com um delinquente embriagado,
em cujo olhar e semblante se encontravam os conflitos do traidor,
conforme a concepção que dele fazia.
A
barba endurecida, a cabeleira mal cuidada eram a moldura para o olhar
inquieto, desconfiado, num rosto contorcido pelo desconforto íntimo,
formando um conjunto de dor e revolta, insegurança e arrependimento
ímpares.
Comovido
com o fato, o artista convidou aquele homem para posar, ao que ele
respondeu que só faria sob a condição de boa recompensa financeira.
O
pintor começou a obra e percebeu, após algumas sessões, que a face
congestionada daquele homem se modificava a cada dia, perdendo a
agressividade e a perturbação.
Um dia resolveu perguntar ao modelo o porquê de tal transformação, ao que ele, um tanto melancólico, respondeu:
Posando nesta sala, recordo-me que há alguns anos, eu servi ao senhor de modelo para a face do Menino Jesus...
Eu sou aquele garoto em cujo rosto o senhor encontrou a paz e a beleza do justo traído...
O
dinheiro que ganhei, em face da minha imaturidade, mais tarde pôs-me a
perder e, de queda em queda, numa noite em que me embriaguei, por uma
disputa insignificante matei outro homem.
Condenado num julgamento arbitrário, envenenei-me de ódio...
Agora, pisando neste lugar outra vez, recordo daquele tempo e retorno, emocionalmente, a ele, e me acalmo...
* * *
Paradoxalmente, o mesmo indivíduo ficou retratado na face de Jesus Menino e de Judas, em duas fases diferentes da mesma vida.
* * *
Muitos de nós, simbolicamente, temos os nossos dias de traído e de traidor.
Dias em que trazemos na face a expressão da bondade e da ternura. E dias em que somos o retrato vivo do desespero.
É
nesses dias difíceis que devemos buscar, emocionalmente, a serenidade
dos dias de luz e seguir em frente, com vontade de imprimir, de vez por
todas, a face justa e bela do nosso modelo maior, que é Jesus Cristo.
Mágoa sem razão
Era uma vez um rapaz que ia muito mal na escola. Suas notas e seu comportamento eram uma decepção para seus pais que, como a maioria, sonhavam em vê-lo formado e bem sucedido.
Um belo dia, o pai lhe propôs um acordo: Se
você, meu filho, mudar seu comportamento, se dedicar aos estudos e
conseguir entrar para a Faculdade de Medicina, lhe darei um carro de
presente.
Por causa do carro, o rapaz mudou totalmente de atitude. Passou a estudar como nunca e a se comportar muito bem.
O pai estava feliz, mas tinha uma preocupação: sabia que a mudança do rapaz não era fruto de uma conversão sincera, mas apenas pelo interesse em obter o automóvel, e isso era ruim!
Assim,
o grande dia chegou. Fora aprovado para o Curso de Medicina. Como havia
prometido, o pai convidou a família e os amigos para uma festa de
comemoração.
O rapaz tinha por certo que na festa o pai lhe daria o automóvel.
Mas, quando pediu a palavra, o pai elogiou o resultado obtido pelo filho e lhe passou as mãos uma caixa de presente.
Crendo que ali estavam as chaves do carro, o rapaz abriu emocionado o pacote. Mas, para sua surpresa era uma Bíblia.
Visivelmente decepcionado, nada disse. E, a partir daquele dia, o silêncio e a distância separaram pai e filho.
O
jovem se sentia traído e agora lutava para ser independente. Deixou a
casa dos pais e foi morar no Campus da Universidade. Raramente mandava
notícias para a família.
O
tempo passou, ele se formou, conseguiu um emprego em um bom hospital e
se esqueceu completamente do pai. Todas as tentativas do pai para reatar
os laços afetivos foram em vão.
Os anos rolaram até que um dia o velho, muito triste com a situação, adoeceu, não resistiu e morreu.
No
enterro, a mãe entregou ao filho indiferente, a Bíblia que tinha sido o
último presente do pai e que havia sido deixada para trás.
De
volta a sua casa o rapaz, que nunca perdoara o pai, ao colocar o livro
numa estante notou que entre as suas páginas havia um envelope.
Abriu-o e encontrou uma carta. Dentro dela, um cheque. A carta dizia:
Meu
querido filho, sei o quanto você deseja ter um carro. Eu prometi e aqui
está o cheque para que você escolha aquele carro que mais lhe agradar.
No
entanto, fiz questão de lhe dar um presente ainda melhor: a Bíblia,
pois nela aprenderá o amor de Deus pelas Suas criaturas e a fazer o bem,
não pelo prazer da recompensa, mas pela gratidão e pelo dever de
consciência.
Corroído de remorso, o filho caiu em profundo pranto...
* * *
O perdão incondicional é uma das mais sublimes virtudes que os seres podem almejar.
Quem perdoa sempre, não corre o risco de se arrepender mais tarde por ter alimentado tanto tempo uma mágoa sem razão.
Por isso é que devemos ter sempre em mente a recomendação do Mestre Jesus: Perdoar setenta vezes sete, isto é, perdoar sempre.
Pense nisso!
terça-feira, 22 de janeiro de 2013
Onde encontrar Deus
Certo dia, um homem do povo desejou tornar-se santo. Ansiava encontrar Deus.
Adentrou o quarto onde repousava a esposa e o filhinho, olhou-os uma derradeira vez e partiu.
Ao cerrar a porta, uma voz íntima lhe disse: Não partas! É aqui que está Deus.
Mas o homem não escutou.
Vagou por caminhos desconhecidos e buscou a Divindade em diversos templos.
Na sua jornada, passou por lugares onde o incêndio devorara gulosamente as casas, e muitos seres suplicavam auxílio.
Estou aqui. Por que te afastas de mim? - clamou a voz na consciência.
Contudo, o homem a sufocou.
Buscou
o templo real, construído com milhões e milhões de moedas de ouro.
Contemplou o rei e sua corte, genuflexos em ricas almofadas. Vibrou com a
beleza e a arte do suntuoso local.
Entretanto,
por mais permanecesse ali, não sentia a alegria do convívio superior em
sua alma. Sua busca não havia chegado ao fim.
Retornou
às estradas poeirentas. Então, numa dobra do percurso, encontrou um
homem sentado na relva. Ao seu redor se reuniam muitas pessoas como
abelhas em torno de uma flor.
O
homem inquieto observou o outro com vagar. Durante horas, aquele ser
ouviu a dor alheia, enxugou olhos lacrimejantes, limpou feridas, abraçou
crianças, socorreu a fome da alma.
Vez ou outra, ante um quadro de maior aflição, retirava de um saco de viagem moedas, roupas ou medicamentos.
Durante
todo o tempo, falava da paz que é conquista, da paz que é proporcionada
pela doação ao outro, pelo dever retamente cumprido.
A
uma mulher que lhe confessou os dissabores no lar, ante o marido
indiferente, ele recomendou maior dedicação no retorno ao lar.
À
outra que lhe confessava, envergonhada, os erros cometidos, no tocante à
fidelidade, recordou as palavras do Sábio da Galiléia: Vai e não tornes a errar.
Finalmente, o homem inquieto se aproximou do outro, chamando-o santo, e indagou-lhe de como poderia encontrar Deus.
Afinal, já se haviam dobrado os anos e ele nada conseguira, senão o acréscimo da angústia e da insatisfação!
Não sou santo - respondeu o outro. Apenas alguém que encontrou um Modelo e Guia e O segue. Falo do maior dos Mestres, Jesus.
Seu ensino é de amor. Por isso, retorna ao teu lar, atende a tua esposa, educa teu filho. Socorre teu irmão.
Porque
Deus se encontra no lavrador que rasga a terra dura e semeia. Deus está
no operário que quebra pedras, abrindo veredas novas aos viandantes.
Deus está em todos, nos dias de sol ou de chuva.
Deus está onde está o homem, produto do Seu amor.
O homem ansioso voltou sobre os próprios passos, adentrou o lar, reencontrou e abraçou os seus deveres.
Foi então que a voz tornou a se fazer ouvir: Estou aqui.Por que não me atendes?
Dessa vez, ele escutou e permitiu-se plenificar de felicidade. Sua busca chegara ao fim.
* * *
Suportando
o fardo das provações e dissabores, padecendo injustiças e aflições
superlativas que te desanimam, pensa que estás, mesmo assim, perto de
Deus.
Se seguires sem receio, alcançarás a meta da felicidade, sempre perto de Deus.
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