sábado, 29 de junho de 2013

Amor sem preço.



  Havia um garoto que, nos seus quase oito anos, adquirira um hábito nada salutar. Tudo para ele se resumia em dinheiro. Queria saber o preço de tudo o que via. Se não custasse grande coisa, para ele não tinha valor algum.

        Nem se apercebia o pequeno que há muitas coisas que dinheiro algum compra. E dentre essas coisas, algumas são as melhores do Mundo.

        Certo dia, no café da manhã, ele teve o cuidado de colocar sobre o prato da sua mãe um papelzinho cuidadosamente dobrado. A mãe o abriu e leu:

        Mamãe me deve: por levar recados - 3 reais; por tirar o lixo - 2 reais; por varrer o chão - 2 reais; extras - 1 real. Total que mamãe me deve: oito reais.

        A mãe espantou-se no primeiro momento. Depois, sorriu, guardou o bilhetinho no bolso do avental e não disse nada.

        O garoto foi para a escola e, naturalmente, retornou faminto. Correu para a mesa do almoço.

        Sobre o seu prato estava o seu bilhetinho com os oito reais. Os seus olhos faiscaram.

        Enfiou depressa o dinheiro no bolso e ficou imaginando o que compraria com aquela recompensa. Mas então, percebeu que havia um outro papel ao lado do seu prato. Igualzinho ao seu e bem dobrado.

        Abriu e viu que sua mãe também lhe deixara uma conta.

        Filhinho deve à mamãe: por amá-lo - nada. Por cuidar da sua catapora - nada. Pelas roupas, calçados e brinquedos nada. Pelas refeições e pelo lindo quarto - nada. Total que filhinho deve à mamãe - nada.

        O menino ficou sentado, lendo e relendo a sua nova conta. Não conseguia dizer nenhuma palavra. Depois se levantou, pegou os oito reais e os colocou na mão de sua mãe.

        A partir desse dia, ele passou a ajudar sua mãe por amor.

* * *
        Nossos filhos são Espíritos que trazem suas virtudes e suas paixões inferiores de outras existências. Cabe-nos examiná-las para auxiliá-los na consolidação das primeiras e no combate às segundas.

        Todo momento é propício e não deve ser desperdiçado.

        As ações são sempre mais fortes que as palavras.

        Na condução dos nossos filhos, cabe-nos executar a especial tarefa de agir sempre com dignidade e bom senso, o que equivale a dizer, educar-nos.

        Com exceção dos filhos extremamente rebeldes, uma boa dose de amor somada à energia, sempre dá bons resultados.
* * *
        É no lar que recebemos os primeiros ensinamentos sobre as virtudes.

        Na construção do senso moral, dos conceitos de certo e errado são muito importantes os exemplos dados pelos pais.

        É no doce mundo familiar que se adquire o hábito da virtude que nos guiará as ações quando sairmos mundo afora.

Provação e aprendizado


Quando a dor nos bate à porta e enche de sombras nossa vida costumamos chorar ou nos desesperar.
Abatidos, olhamos em torno e invejamos os felizes do mundo: os que têm riquezas, os que aparentam não ter preocupações, os que têm saúde ou família perfeitas.
Nessas horas de provação lamentamos e choramos. Raras vezes aproveitamos a ocasião para meditar e retirar aprendizados.
Muitas vezes, aqui na Terra, as preocupações da vida material nos cegam.
Ficamos tão aflitos com o que haveremos de comer ou de beber que esquecemos de que temos Deus, um Pai amoroso que cuida de todos nós.
Acredite: ninguém está esquecido por esse Pai amoroso e bom, que faz nascer o sol sobre bons e maus, que faz cair Sua chuva sobre justos e injustos.
Muitas vezes nos perguntamos: Por que isso aconteceu comigo? A pergunta deveria ser diferente: Para quê isso aconteceu comigo?
Sim, toda e qualquer experiência - sofrida ou feliz - traz um aprendizado importante. São momentos que vão enriquecer nossa alma.
Deus não brinca com as nossas vidas. E se Ele permite que certas coisas aconteçam conosco é porque há um objetivo útil e importante para nós.
Faça uma retrospectiva: observe os momentos difíceis de sua existência. Cada um deles trouxe algo de novo, um aprendizado especial. Cada lágrima acrescentou sabedoria, experiência, um novo olhar sobre a vida.
A doença, por exemplo, nos ensina a valorizar a saúde, a cuidar melhor do corpo. A pobreza nos revela a importância do trabalho e do esforço pessoal. A família difícil nos oferece a lição da tolerância.
Enfim, as privações nos ensinam a ser mais sensíveis perante o sofrimento alheio. Essas lições são interiorizadas: nós as guardaremos para sempre.
Na verdade, as dificuldades são advertências que a vida nos apresenta, alertas sobre nossas atitudes perante o próximo.
Se algo ruim nos ocorre, vale a pena se perguntar: O que posso aprender com isso? Como posso melhorar a partir desse episódio?
Mas, atenção: nada disso significa que devemos cultuar a dor. Nada disso! Bem sofrer não significa cultivar o sofrimento, ser conformista ou agravar as dores que sofremos.
Bem sofrer significa enfrentar as situações com fé e coragem, alimentar a esperança enfrentando as situações com serenidade.
Assim, busque soluções, lute por sua felicidade. Mas faça tudo isso com tranquilidade.
Quando desabarem sobre você as tempestades da vida, não se entregue à revolta destruidora. Silencie, ore e procure descobrir o aprendizado oculto que a situação traz.
Acredite: por mais amarga seja a experiência, os frutos desse aprendizado jamais se perderão e eles poderão nos tornar mais sábios e generosos.
Por isso, cada vez que as lágrimas visitarem seu rosto, erga os olhos para o céu e agradeça.
Nas suas orações, peça a Deus a força necessária para superar o momento difícil e a inspiração para encontrar soluções.
E Deus, que nos ama tanto, não deixará de atendê-lo na medida de suas necessidades espirituais.
Quando o momento difícil passar, você se sentirá bem melhor se não tiver de lembrar que se entregou ao desespero, que gritou e se debateu.
Em geral, a solução está bem próxima. Se estivermos transtornados de medo ou desespero, será mais difícil resolver o problema. Com calma, logo poderemos ver a luz no fim do túnel.

quinta-feira, 27 de junho de 2013

Um copo de leite

 


Um dia, um rapaz pobre, que vendia mercadorias de porta em porta para pagar seus estudos, viu que só lhe restava uma simples moeda de dez centavos.
A fome o maltratava.
Decidiu que pediria comida na próxima casa em que batesse. Porém, quando uma encantadora mulher jovem lhe abriu a porta, seus nervos o traíram.
Em vez de comida, ele só teve coragem para pedir um copo de água.
A jovem descobriu nele um rapaz faminto e, em vez de água, lhe deu um grande copo de leite.
Ele bebeu devagar. Depois, receoso, perguntou:
Quanto lhe devo?
Não me deve nada, respondeu ela. Minha mãe sempre me ensinou a nunca aceitar pagamento por uma oferta caridosa.
Ele disse: Pois eu te agradeço de todo coração.
Quando Howard Kelly saiu daquela casa, não só se sentiu mais forte fisicamente, mas também sua fé em Deus e nos homens ficou mais forte. Antes, ele estava resignado a se render e deixar tudo. Agora, estava disposto a prosseguir na luta até a conquista do que idealizara para a sua vida.
Anos depois, essa jovem mulher ficou gravemente doente. Os médicos locais estavam confusos quanto ao correto diagnóstico e conseqüente tratamento. Finalmente, a enviaram para a cidade grande, onde chamaram um especialista para analisar sua rara enfermidade. O especialista não era outro senão o Dr. Howard Kelly.
Quando lhe apresentaram a ficha da enferma e ele soube o nome do povoado de onde ela viera, uma estranha luz encheu os seus olhos. Imediatamente, vestido com a sua bata de doutor, foi ver a paciente.
Reconheceu imediatamente aquela mulher. Determinou-se a fazer o melhor para salvar aquela vida. Passou a dedicar especial atenção para aquela paciente.
Depois de uma demorada luta pela vida da doente, ele ganhou a batalha. Quando ela se preparava para ter alta, o Dr. Kelly pediu para a administração do hospital que lhe deixasse ver a fatura total dos gastos, a fim de que a pudesse aprovar.
Ele a conferiu, item por item, depois escreveu alguma coisa e mandou entregá-la no quarto da paciente.
Ela tinha medo de abrir a fatura, porque sabia que levaria o resto da sua vida para pagar todos os gastos. No entanto, quando se decidiu a abrir o envelope, algo lhe chamou a atenção. Em letras caprichadas, mas firmes, havia uma anotação:
Pago totalmente, faz muitos anos, com um copo de leite. Assinado: Dr. Howard Kelly.
E lágrimas de intensa alegria correram dos olhos daquela mulher, que se lembrou de orar nos seguintes termos:
Graças, meu Deus, porque Teu amor se manifestou nas mãos e nos corações humanos.
*   *   *
Imensa é a generosidade dos corações que se manifesta das mais variadas formas. Basta um pequeno toque, um pequeno pedido, e eis a generosidade se transformando em alimento, agasalho, abrigo, acolhida, companhia.
E porque a generosidade espanca a miséria, transformando patrimônio em lares, pedras em pães, horas preciosas em alfabetização, a esperança prossegue luzindo nas almas, conduzindo-nos a um mundo de paz, onde todos nos daremos as mãos, na qualidade de irmãos.

A lição da doação



   
Comumente ouvimos falar a respeito da necessidade de nos desapegarmos das coisas materiais, desde que somos  passageiros nesta vida, sendo a verdadeira a vida espiritual.

        Ao esboçarmos tal conceito, o que temos em mente é de repassá-lo para adultos, isto é, pessoas maduras.

        É que nutrimos a ilusão de que os mais idosos é que partem primeiro, o que nem sempre é verdadeiro, embora possa parecer a lei natural.

        Dessa forma, é bastante importante que comecemos a ministrar a lição da doação, do desapego aos pequeninos.

        Excelente exercício é convidá-los a doar alguns dos seus brinquedos para outras crianças. Afinal, para os pequenos, o que existe de mais precioso, senão os seus brinquedos?

        A experiência tem demonstrado que, assim convidadas, as crianças normalmente escolhem diversos brinquedos, em especial se lhes for dito que eles se destinam a outras crianças que não têm com que brincar.

        É comovente se observar como elas separam bonecas, bolas, bichinhos de pelúcia, e vão afirmando: Com este, eu já não brinco mais. Este eu posso dar.

        Mais comovente ainda é observá-las entregar, de boa vontade, os seus brinquedos a outras crianças.

        Mas o que se tem registrado em momentos tais é a interferência dos pais, separando, dentre os escolhidos pela criança para doação, aqueles brinquedos que reputam de muito valor para irem parar nas mãos de uns pequenos carentes.

        É que os adultos olhamos para os brinquedos com olhos de valores comerciais, enquanto a criança tem olhos de  utilidade.

        Muitas vezes, o brinquedo caro não é o seu preferido.

        Quando, como pais, assim procedemos, estamos demonstrando o quanto somos apegados às coisas materiais e o quanto nos falta ainda exercitar para nos libertarmos em definitivo de tais conceitos.

        Urgente que aprendamos a não interferir nas decisões das nossas crianças, quando a generosidade se lhes estampa nos gestos. Pois é nas lições do cotidiano que se forma o caráter dos pequenos. E, de um modo geral, somos nós mesmos, os pais, que podamos com nossas atitudes aquilo que é espontâneo nos nossos pequenos.

        Dar coisas, e mormente aquelas que consideramos como preciosas, é a verdadeira lição da doação.

        Lição que os pequenos demonstram em abundância, nas quais nós, os adultos, nos devemos espelhar.

        É que, normalmente, buscamos dar daquilo que nos sobra, que nos é supérfluo, que não mais desejamos.

        Quando assim agimos, não estamos nos doando verdadeiramente, pois que nada mais fazemos que atender a um gesto de fraternidade, algo que se espera de qualquer ser humano em relação a outro carente.
*   *   *
        O sinal de que Jesus está conosco e nós com Ele é exatamente o que nos dispomos dar, em nome Dele.

        Doemos, pois, o pão da esperança, da alegria e do bom ânimo para todos os que encontremos em nosso caminho, desesperançados, tristes e acabrunhados.

sábado, 22 de junho de 2013

Expressões do amor


Quando um filho apresenta qualquer problemática, de forma natural, os pais se esmeram, não somente para lhe resolver ou atenuar a dificuldade, como também buscando a melhor forma de se adaptarem, no sentido de lhe atender as necessidades.
Assim, se o filho passa a depender de uma cadeira de rodas, logo a casa tem alterada sua estrutura interna, com a retirada de portas ou paredes. E até instalação de rampa para o mais fácil acesso do cadeirante a todos os cômodos.
Se o filho é portador de deficiência visual, tudo é feito, de igual modo, para que ele transite, de forma segura e livre.
Se a deficiência é auditiva, pais buscam aprender a linguagem dos sinais, a fim de que a comunicação se dê de forma tranquila.
Mas, e quando um dos pais apresenta uma determinada deficiência, como agem os filhos?
*  *   *
Uma demonstração de amor e dedicação, colhemos de um vídeo que circula pela internet.
A cena mostrada é familiar. Pai e filho estão à mesa e lancham. O pai é portador de deficiência auditiva. A mãe, que faz a filmagem, diz ao menino, de mais ou menos dois anos, que pronunciará várias palavras.
A cada uma, ele deverá mostrar como se fala por sinais. E o menino, de forma tranquila, vai demonstrando o que aprendeu. Por vezes, ele próprio aponta o objeto ou a fruta, que está próxima, logo após fazer o sinal correspondente.
E, numa cumplicidade de carinho, num certo momento em que ele não se recorda do sinal exato, o pai, ao lado, tenta lhe mostrar como é, de forma sutil, para que a mãe não perceba.
Naturalmente, tudo redunda em bons sorrisos e a observação de que papai está “passando cola”.
Imaginamos como deva se sentir esse pai.
*   *   *
Sim, o amor existe. E em larga escala. Em profundidade, alimentando vidas, portas adentro dos lares. Felicitando existências e ensinando, pelas suas expressões, como se ama.
Quando um filho, que ouve perfeitamente, se dispõe a aprender sinais para uma boa comunicação com seu pai, o amor está presente.
Amor de filho agradecido pela vida que recebeu. Amor de filho que diz que deseja que seu pai participe amplamente de sua vida.
Quando uma criança, em tenra idade, é convidada a utilizar sinais para se entender com seu pai, o amor está se expressando.
A lição de amor que essa mãe transmite ao filho, com certeza, o seguirá vida afora. Amor que se faz de preocupação pelo outro. Respeito de quem deseja a participação do outro em sua vida.
Bem disseram os Espíritos que quando Jesus pronunciou a divina palavra amor, os cristãos, ebrios de amor, se ofereceram em holocausto, nas arenas dos circos.
Sim, o amor tem esse condão de realizar maravilhas, de transformar o lar, de transformar vidas.
De estender pontes de inclusão, de aconchego, de proximidade. De dizer ao outro o quanto ele é importante em sua vida, como a sua presença faz a grande diferença.
Pensemos nisso e nos permitamos envolver pelas delicadas brisas do amor, felicitando-nos a alma e realizando a felicidade dos que nos rodeiam.

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Um novo mundo

Quem nunca sonhou com um mundo onde todos pudessem viver em constante clima de fraternidade, de amor e de esperança?
Um mundo no qual as armas não existissem e onde todos tivessem as mesmas oportunidades de crescimento pessoal e social? Um mundo onde viveríamos sobretudo do amor; onde o Criador seria uma presença insubstituível e reinaria soberano na família humana, como fonte inesgotável de todas as dádivas.
Quem não sonhou com esse lugar? Qual de nós não quer viver em um mundo regenerado?
Independente de nossas opções políticas, filosóficas ou religiosas, todos carregamos intimamente esse sonho.
Contudo, devemos nos conscientizar de que os elementos que irão promover as mudanças necessárias para transformar o mundo de hoje em um novo lugar somos nós mesmos.
A História nos diz que a transformação do planeta começou com a nossa própria modificação.
Há mais de dois mil anos, a Misericórdia Divina nos enviou Jesus que, através de Seus ensinamentos, veio nos oferecer diretrizes para essa obra de recuperação moral e espiritual.
Ele nos trouxe o Evangelho e, com ele, mostrou-nos a possibilidade de seguirmos um novo caminho, que nos impulsiona a construirmos a própria grandeza espiritual e a mantermos uma verdadeira ligação com Deus.
O Divino Amigo nos apresentou a conduta adequada a todas as circunstâncias da vida.
A Boa Nova é roteiro infalível para alcançarmos a felicidade, que deve ser construída com base nas imutáveis leis Divinas.
E, a partir da vinda do sublime Galileu, o Evangelho prosseguiu transformando os corações, e continua assim fazendo, ao longo dos tempos.
Jesus sabe que ainda somos muito falíveis, mas que todos somos anjos em potencial. Também que há sempre a esperança na renovação do ser humano.
A obra regeneradora do Cristo não é obra que exclui aquele que erra. Ela é, antes de tudo, obra educativa.
Ele nos mostrou que não se reconstitui um mundo começando por fora e que essa regeneração do mundo é, na verdade, a regeneração de nós mesmos.
*   *   *
Deixemos que penetre em nosso espírito o amor desvelado do Cristo e, com certeza, encontraremos a luz que precisamos para iluminar nossos caminhos.
Não permitamos que um sonho comum a tantos de nós, o de viver em um lugar de paz duradoura, se perca no tempo de nossas vidas.
Busquemos a nossa melhora íntima e, dessa forma, estaremos trabalhando pela transformação de nosso planeta.
A Terra é hoje escola que, através de abençoadas provas, permite o nosso crescimento intelecto-moral.
Há de chegar o momento de vivermos intensamente em plenitude e harmonia.
Com pequenas e nobres ações, um mundo novo será construído.
Um mundo em que as leis Divinas serão os nossos códigos.
Um mundo em que a fraternidade será nosso cotidiano.
Nesse mundo regenerado, Jesus poderá caminhar calmamente entre nós, porque a obra do Evangelho, a obra Divina no coração dos homens, terá se completado na intimidade de cada um de nós.

Faça o seu melhor


                     Deus não criou os Espíritos perfeitos, mas aperfeiçoáveis e perfectíveis.

        Trata-se de uma constatação muito fácil de ser feita.

        Basta olhar em volta para perceber homens e mulheres com tendências e talentos variados.

        Em uns, avulta a inteligência.

        Em outros, a delicadeza de sentimentos chama a atenção.

        Há quem tenha considerável talento artístico.

        No princípio, eles eram extremamente parecidos em sua singeleza.

        No final dos processos, todos serão perfeitos.

        Na atualidade, sua força e sua fraqueza denotam os caminhos que escolheram trilhar em sua jornada evolutiva.

        Como seres imperfeitos, já muito erraram e outros erros ainda cometerão.

        Mas isso não é de causar estranheza e a vida propicia modos de reparação de todo o mal causado.

        A Misericórdia Divina é infinita e auxilia a todos.

        Basta ter boa vontade para se recompor.

        Ou seja, estar disposto a trabalhar firme em favor do progresso.

        É preciso que os talentos amealhados ao longo do tempo sejam utilizados de forma construtiva.

        Quem possui cintilante inteligência necessita empregá-la no esclarecimento dos irmãos de caminhada.

        Os cientistas têm o dever de, mediante suas descobertas e criações, propiciar vida mais longa e confortável aos semelhantes.

        O talento artístico deve chamar a atenção para as maravilhas da criação.

        A música, a pintura, a representação, toda forma de arte tem a vocação de ser um convite à apreciação do belo e do sublime.

        Qualquer que seja o talento, ele pode e deve ser utilizado no bem.

        Não é lícito enterrar os talentos recebidos, conforme ensina a famosa passagem evangélica.

        Eles representam o meio de que cada Espírito dispõe para reabilitar-se perante a Consciência Cósmica.

        Se cometeu equívocos no processo de aprendizado e amadurecimento, também desenvolveu variados dons.

        A utilização desses dons deve funcionar como o amor que cobre a multidão de pecados, na feliz expressão do apóstolo Pedro.

        Bem se vê que errar para aprender não é tão grave assim.

        Basta ter a coragem de assumir as conseqüências dos próprios equívocos e tratar de repará-los.

        Como o passado espiritual se esfumaça no processo reencarnatório, a vida manda alguns lembretes.

        Eles se apresentam na forma dos parentes problemáticos, do chefe difícil, do convite para trabalhar por uma causa.

        O talento que se tem é o indicativo da tarefa a ser feita.

        O mesmo ocorre com o contexto social em que se é inserido.

        Assim, tenha boa vontade e faça o seu melhor, em todas as circunstâncias de sua vida.

        O bem que você hoje pratica representa a sua gratidão pelos talentos e oportunidades com que a vida o brindou, ao longo dos milênios.

        Pense nisso.

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Proteção da Vida Superior.

- Qual é a missão do Espírito protetor?
- A de um pai sobre seus filhos: guiar seu protegido no bom caminho; ajudá-lo com seus conselhos, consolar suas aflições, sustentar sua coragem nas provas da vida.
O Livro dos Espíritos – Questão 491.

Proteção da Vida Superior

Há mais de um século, conforme se depreende da Questão quatrocentos e noventa e um de “O Livro dos Espíritos”, inquiriu Allan Kardec dos mentores desencarnados que lhe presidiam a obra: “Qual a missão do Espírito protetor?” e o esclarecimento veio claro: “a de um pai com relação aos filhos; a de guiar o seu protegido pela senda do bem, auxiliá-lo com seus conselhos, consolá-los nas suas aflições, levantar-lhe o ânimo nas provas de vida”.
Tracemos reduzidas anotações aos cinco pontos enunciados:
Um pai consagra-se aos filhos, durante a existência terrestre, pavimentando-lhes o caminho com todas as facilidades que o amor lhe possibilite, entretanto, não consegue exonerá-los das tribulações, referentes às dívidas contraídas por eles, em passadas reencarnações.
*
Determinado educador abraçará generosamente o compromisso de orientar alguém, nas trilhas da virtude, contudo, o aprendiz traz a consciência livre para aceitar ou não as indicações que se lhe sugere.
O amigo ampara a outro amigo, administrando-lhe avisos oportunos, todavia, é provável que o beneficiário não os admita resolvendo tomar experiências difíceis, à própria conta.
*
Devotado companheiro dispensar-nos-á reconforto nas aflições, mas se está consciente do respeito à justiça, não intentará suprimi-las, na certeza de que as recebemos da vida por inevitável necessidade.
*
Compassivo irmão dar-nos-á coragem para vencer nos transes de rudes provas, no entanto, se realmente nos deseja felicidade, procederá conosco, à maneira do professor que instrui o discípulo, nas dificuldades do ensino, sem furtar-lhe os méritos da lição.
*
Longe de nos classificarmos por espíritos protetores, de vez que somos simples e imperfeitos servidores de todos aqueles que ainda sofrem o esmeril das lutas humanas, compreendemos as dores e os constrangimentos de quantos imploram socorro e exceção, em nossas casas de fé, mas a clareza da doutrina recomenda se proclame que o Evangelho não promete gratificações do mundo e que o Espiritismo não anuncia vantagens materiais, no que concerne à ilusão.
Nós todos, espíritos vinculados ainda à Terra, estamos evoluindo e resgatando, aprendendo e edificando, no burilamento da alma.
Estendamos mãos fraternas, amparando-nos mutuamente.
Reconheçamos, porém, que progresso reclama esforço, quitação pede reajuste, estudo exige atenção e trabalho roga suor.

Autor:Chico Xavier (médium)
Emmanuel (espírito)
Fonte:Livro: Opinião Espírita

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Nunca diga adeus, diga até breve!

Quando observamos, da praia, um veleiro a afastar-se da costa, navegando mar adentro, impelido pela brisa matinal, estamos diante de um espetáculo de beleza rara.
O barco, impulsionado pela força dos ventos, vai ganhando o mar azul e nos parece cada vez menor.
Não demora muito e só podemos contemplar um pequeno ponto branco na linha remota e indecisa, onde o mar e o céu se encontram.
Quem observa o veleiro sumir na linha do horizonte, certamente exclamará: Já se foi.
Terá sumido? Evaporado?
Não, certamente. Apenas o perdemos de vista.
O barco continua do mesmo tamanho e com a mesma capacidade que tinha quando estava próximo de nós.
Continua tão capaz quanto antes de levar ao porto de destino as cargas recebidas.
O veleiro não evaporou, apenas não o podemos mais ver. Mas ele continua o mesmo.
E talvez, no exato instante em que alguém diz: Já se foi, haverá outras vozes, mais além, a afirmar: Lá vem o veleiro.
Assim é a morte.
Quando o veleiro parte, levando a preciosa carga de um amor que nos foi caro e o vemos sumir na linha que separa o visível do invisível dizemos: Já se foi.
Terá sumido? Evaporado?
Não, certamente. Apenas o perdemos de vista.
O ser que amamos continua o mesmo. Sua capacidade mental não se perdeu. Suas conquistas seguem intactas, da mesma forma que quando estava ao nosso lado.
Conserva o mesmo afeto que nutria por nós. Nada se perde, a não ser o corpo físico de que não mais necessita no outro lado.
E é assim que, no mesmo instante em que dizemos: Já se foi, no mais Além, outro alguém dirá feliz: Já está chegando.
Chegou ao destino levando consigo as aquisições feitas durante a viagem terrena.
A vida jamais se interrompe nem oferece mudanças espetaculares, pois a natureza não dá saltos.
Cada um leva sua carga de vícios e virtudes, de afetos e desafetos, até que se resolva por desfazer-se do que julgar desnecessário.
A vida é feita de partidas e chegadas. De idas e vindas.
Assim, o que para uns parece ser a partida, para outros é a chegada.