domingo, 6 de julho de 2014

FERRO VELHO DE ALMAS (O Ferreiro)



Era uma vez um ferreiro que, após uma juventude cheia de excessos, resolveu entregar sua alma a Deus. Durante muitos anos trabalhou com afinidade, praticou a caridade, mas, apesar de toda sua dedicação, nada parecia dar certo na sua vida. Muito pelo contrário: seus problemas e dívidas acumulavam-se cada vez mais. Uma bela tarde, um amigo que o visitara -- e que se compadecia de sua situação difícil -- comentou:'É realmente estranho que, justamente depois que você resolveu se tornar um homem temente a Deus, sua vida começou a piorar. Eu não desejo enfraquecer sua fé, mas apesar de toda a sua crença no mundo espiritual, nada tem melhorado". O ferreiro não respondeu imediatamente. Ele já havia pensado nisso muitas vezes, sem entender o que acontecia em sua vida. Entretanto, como não queria deixar o amigo sem resposta, começou a falar e terminou encontrando a explicação que procurava. Eis o que disse o ferreiro: "Eu recebo nesta oficina o aço ainda não trabalhado e preciso transformá-lo em espadas. Você sabe como isto é feito? Primeiro eu aqueço a chapa de aço num calor infernal, até que fique vermelha. Em seguida, sem qualquer piedade, eu pego o martelo mais pesado e aplico golpes até que a peça adquira a forma desejada. Logo, ela é mergulhada num balde de água fria e a oficina inteira se enche com o barulho do vapor, enquanto a peça estala e grita por causa da súbita mudança de temperatura. Tenho que repetir esse processo até conseguir a espada perfeita: uma vez apenas não é suficiente".O ferreiro deu uma longa pausa, acendeu um cigarro e continuou: `As vezes, o aço que chega até minhas mãos não consegue agüentar esse tratamento. O calor, as marteladas e a água fria terminam por enchê-lo de rachaduras. E eu sei que jamais se transformará numa boa lâmina de espada. Então, eu simplesmente o coloco no monte de ferro-velho que você viu na entrada de minha ferraria. Mais uma pausa e o ferreiro concluiu: "Sei que Deus está me colocando no fogo das aflições. Tenho aceito as marteladas que a vida me dá, e às vezes sinto-me tão frio e insensível como a água que faz sofrer o aço. Mas a única coisa que peço é: 'Meu Deus, não desista, até que eu consiga tomar a forma que o Senhor espera de mim. Tente da maneira que achar melhor, pelo tempo que quiser -- mas jamais me coloque no monte de ferro-velho das almas'" .
Lynell Waterman - por Paulo Coelho
             

sábado, 5 de julho de 2014

A lição da borboleta.





Um dia, uma pequena abertura
apareceu em um casulo.
Um homem sentou e observou a borboleta por várias horas...
Como ela se esforçava para fazer com que seu corpo passasse através daquele
pequeno buraco.
Então, pareceu que ela havia parado
de fazer qualquer progresso.
Parecia que ela tinha ido o mais longe que podia,
e não conseguia ir mais.
O homem decidiu ajudar a borboleta:
Pegou uma tesoura e cortou o restante do casulo.
A borboleta então saiu facilmente.
Mas seu corpo estava murcho, era pequeno,
e tinha as asas amassadas.
O homem continuou a observar a borboleta
porque ele esperava que, a qualquer momento,
as asas dela se abrissem e esticassem
para serem capazes de suportar o corpo
que iria se afirmar com o tempo.
Nada aconteceu!
Na verdade, a borboleta passou o resto da sua vida rastejando com um corpo
murcho e asas encolhidas.
Ela nunca foi capaz de voar.
O que o homem, em sua gentileza e vontade
de ajudar não compreendia, era que o casulo
apertado e o esforço necessário à borboleta
para passar através da pequena abertura
era o modo com que Deus fazia para que o fluído
do corpo da borboleta fosse para as suas asas,
de modo que ela estivesse pronta para voar,
livre do casulo.
Algumas vezes, o esforço é justamente
o que precisamos em nossas vidas.
Se Deus nos permitisse passar através de nossas vidas
sem quaisquer obstáculos,
Ele nos deixaria aleijados.
Nós não iríamos ser tão fortes como poderíamos ter sido.
Nós nunca poderíamos voar...

sexta-feira, 4 de julho de 2014

O CÉU QUE NOS PROTEGE



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Para onde vão os amores que partem para a Pátria Espiritual, deixando-nos uma grande saudade n'alma? Será que continuam a olhar por nós? Ou, envolvidos em outras tarefas, esquecerão os amores deixados na Terra? Com certeza, muitos de nós nos questionamos a respeito.
Mas, Rose, grávida de oito meses, estava, naqueles dias, preparando-se para receber seu bebê. E não havia espaço, em sua mente para outra coisa. O bebê, tão aguardado, logo nasceria. Subitamente, contudo, ele deu sinais de problemas cardíacos. A apreensão dos médicos inquietou ainda mais a jovem mãe. Disseram-lhe que as possibilidades do seu filhinho viver eram limitadas.
Durante as vinte e quatro horas seguintes, médicos e enfermeiras mantiveram vigília. As condições do feto pioraram e a opção foi induzir o parto. Rose deu à luz um menino e ficou esperando pelos prognósticos. Observava as enfermeiras irem e virem, ouvia o som de máquinas, sentia o cheiro de desinfetante. Por fim, dominada pelo cansaço, ela dormiu.
O capelão do hospital foi chamado pela equipe médica, tendo em vista a preocupação com o pequenino que poderia morrer a qualquer momento. O padre veio e, na sua crença, pensou que o melhor seria a criança ser encomendada a Deus, a fim de que seu Espírito pudesse ser recebido pelos anjos, na espiritualidade. E assim o fez.
Enquanto isso, Rose teve um sonho. Seu tio Patrick, desencarnado há muitos anos, lhe apareceu. Ela não conseguiu apreender detalhes. Mas o rosto do tio, sereno, ficou fixado em sua memória. Também a mensagem de esperança: Não se preocupe. Seu filho ficará bem. Vai dar tudo certo.
Quando Rose acordou, seu coração estava apaziguado. Uma grande serenidade a envolvia, pensando na frase alentadora que ouvira de seu tio. Então, ela viu o padre e ficou aterrorizada. Seu filho teria morrido? O sacerdote deve ter percebido a sua inquietação, pois falou rápido: "Minha filha, agarre-se à esperança. Orei por seu filho e até resolvi batizá-lo. Como não sabia como chamá-lo, eu o chamei de Patrick. Espero que não se importe".
Quando ela ia abrir a boca para relatar o sonho com seu tio, um médico adentrou o quarto e deu a informação de que a situação da criança estabilizara. Rose suspirou, aliviada. Foi até o berçário e olhou para o seu bebê, dormindo na incubadora. O pequeno peito subia e descia, no ritmo do coração. Ela colou seu rosto no vidro e sussurrou: "Patrick, meu filho, vai dar tudo certo".


A morte não rompe os vínculos do afeto. E, mais do que imaginamos ou possamos ter consciência, os seres amados continuam a nos proteger. Muitos deles se tornam, com aquiescência Divina, zelosos protetores dos seus amores.


Momento Espírita, com base em história
do livro Pequenos milagres, v. II, de Yitta Halberstam
e Judith Leventhal, ed. Sextante.

Sofrimento e o seguir adiante.



É natural: quando uma grande dor se abate sobre nós, a tendência é ficar paralisado, encolhido. Parece que tudo pára. O ar fica pesado e a melancolia, em toda parte, faz os ponteiros dos relógios se arrastarem. No coração, solidão, medo, angústia, sofrimento.
Nessa hora, a maioria de nós tem vontade de deixar todas as coisas de lado, de dormir, esquecer, desaparecer. Mas a vida prossegue. E reclama de nós uma atitude: é preciso continuar. O estômago pede comida, o corpo se revela com sede, a família precisa ser sustentada. Tudo segue normalmente.
Mas, como prosseguir quando nada parece ter sentido? Se um enorme vazio toma conta de todas as coisas?
Antes de tudo é preciso ter consciência de que há outras pessoas que dependem de nós, seja fisicamente ou emocionalmente. Filhos, mulher, marido, pais, irmãos, amigos. Toda essa multidão sofre junto conosco. E, por amor a eles, é preciso lutar para superar o que nos magoa.
Se um filho morre, há outros que ficam. E esses aguardam gestos de amor, cuidados, sorrisos. E, se não há outros filhos, há outros parentes, há amigos que nos querem bem. Se perdemos algo, mesmo que seja muito importante, mesmo que seja o trabalho de toda uma vida, é a hora de buscar novos horizontes, novas oportunidades, novos olhares.
O mundo está cheio de descobertas à nossa espera. Mas, para isso é preciso estar aberto ao mundo, com os braços prontos para abraçar as belezas que a vida oferece. É preciso saber que não somos solitários no sofrimento. A dor que nos fere também vitima milhões de outras pessoas.
Cada um carrega a sua dor. Muitas vezes em segredo. Muitas vezes sem ninguém com quem compartilhar. Apesar da dor, o Mundo continua a girar, tudo segue seu ritmo normal. E de nada adianta desejar que tudo pare para nos assistir chorar. Ou para nos consolar. Temos dentro de nós uma força imensa para resistir a tudo, para suportar todas as provas. É algo que vem de Deus.
Jesus nos ensinou que Deus não dá provas superiores às nossas forças. É o espírito de luta que surge quando estamos abatidos. É a força que, de repente, toma conta da alma e nos faz sorrir de novo.
É um presente de Deus. Aproveite. Essa energia está viva na sua alma. Agita-se como um pássaro e espera que você a liberte. Como alcançá-la em nossa intimidade e despertá-la? Não há segredo e todos, sem exceção, podem conseguir. Chama-se oração. Deixe seu coração falar com Deus. Abra-lhe sua intimidade. Confesse-Lhe suas amarguras, ansiedades, tristezas. E tenha certeza. Ele, o amor infinito e a misericórdia plena, não vai deixá-lo sem respostas.

* * *

Faça isso por você, mas, principalmente pelos seus afetos. Eles precisam muito de você.

A partir do Momento Espírita.

Ante o conflito nas relações.



"Conflitos relacionais fazem parte da vida humana, mas a forma como que nos envolvemos para os tentames de solução é por deveras variado individualmente.

Cada ser reage de acordo com as tendências íntimas, despejando para o mundo exterior o cabedal dos sentimentos e valores próprios do seu mundo íntimo. Nesse mister, mostramos o aspecto amorável ou desagradável de cada qual possui na relação com o mundo externo.

Se cultivarmos dentro de nós a vontade de evoluir através das virtudes do amor e do perdão, da fé, da justiça, da paciência, da tolerância, da mansuetude e da humildade, certamente haveremos de lidarmos mais facilmente com os problemas individuais de relação por maiores que sejam. E, a nossa conduta íntima pautada nesses preceitos, mesmo diante do acréscimo da dor, favorece para que os dias de tormenta passem mais facilmente.  

Entretanto, há entre nós os que preferem opor-se ao crescimento, bloqueando os ideais para as conquistas dos valores espirituais em detrimento aos valores materiais esquecidos dos compromissos essenciais que nos prendem nesta etapa evolutiva, sejam eles relacionados aos pais, filhos ou companheiros de jornada. 

Tal postura reducionista, própria dos que se iludem pelo imediatismo da matéria é pedra gigantesca que se coloca para tropeço na própria caminhada, desvirtuando-nos as possibilidades de crescimento, cegando-nos temporariamente, pelos ganhos que as vantagens provisórias nos proporcionam.

Estejamos certos, porém, que tal obstáculo, em algum ponto de nossa caminhada, mesmo no limiar de nossas vidas haveremos de reencontrar, pois que é fator de crescimento, que o tempo fez crescer, enfraquecendo-nos a vontade e a possibilidade de melhoria.

Queiramos nós e Deus, que os trabalhadores desta sala, amparados pelos valores espirituais, aproveitem com muito fervor e força a oportunidade encarnatória que se apresenta como um ponto de luz a iluminar-lhes os caminhos, para que amanhã possam deixar o planeta com paz no coração, própria daqueles que encerram sua jornada com o sentimento do dever cumprido." 

Assinado: Sem Identificação

Morte de ente querido: "A DOR DE AMBOS"




Não, o coração que amou de fato jamais esquece. Mas, continua amando até o fim. Como o girassol volta para o seu Deus, quando ele se põe, o mesmo olhar que lhe dirigiu quando ele nasceu ", Thomas Moore



Uma das maiores dores que podem atingir a um coração na Terra é a separação de pessoas que se amam. É humano sofrer com a morte física de alguém. É necessário, no entanto, que não se faça do fim natural a que chega a vida física, um palco de revolta contra Deus. A vida física tem seu início, meio e fim. Término esse que todos sabem que um dia chegará. Por que não se preparar? Não a esperando para qualquer momento, mas se conscientizando de que nada na vida lhes pertence, posto que "são depositários e não proprietários".

Apegam-se às pessoas, tornando-se delas donas, razão pela qual chega a revolta da separação. Como alguém que é meu me pode ser tirado, sem o meu consentimento?


A saudade fará com que suas lágrimas caiam para sempre, diminuindo com o tempo, mas estarão sempre em sua face. Mas, creia, o dia do reencontro chegará. Aguarde com confiança e sem qualquer precipitação. Não chantageie a vida se entregando à autodestruição, isto só o levará a se afastar mais e mais das vibrações de refazimento e reequilíbrio.

Não retenha quem se foi além do necessário para que tenha boas recordações. Desfaça-se dos excessos de correntes que podem aprisionar o seu amor ao seu lado. A vida dele prosseguirá em outras paragens, não mais na que você se encontra. Não o chame para ajudá-lo diante das suas dificuldades de vida. Elas são suas.


Deus não é cruel. Jamais o faria reencontrar ou encontrar um amor para depois o lançar fora de sua vida, eternamente. Seu sofrimento não é o maior do mundo, portanto não agrida a quem quer que seja com a justificativa de que o seu coração está de luto.


Alguém partiu, não faça com que os outros partam também, afastando-se de sua companhia. Ore, pedindo pela paz do que se foi, lembrando-se que ele também sofre a saudade da separação. Mas em suas preces nunca se esqueça de dizer: "Vá adiante amor, aqui ficaremos bem e, quando Deus assim quiser, nós nos veremos..."
Assinado : Carlos Murion
Local: "Centro Espírita Cavaleiros da Luz" - Salvador (BA)
Médium : José Medrado (do livro "Construção Interior", Ed. Mundo Maior)


quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Hoje me dei um Tempo.